Rio São Francisco isola 50 famílias numa ilha


Depois de isolar 50 famílias de lavradores na Ilha da Melancia, a 18 km da sede municipal de Malhada, a 902 km de Salvador, o Rio São Francisco ameaça osmoradores da área urbana, próximo ao cais. Em comunicado a Prefeitura informou que duas lanchas foram disponibilizadas para a remoção de adultos e crianças durante esta semana.
Segundo a Agência Nacional de Águas (ANA), a última medição, realizada nesta terça-feira, 17, mostra que o nível do “Velho Chico” chegou a 6,73 metros, quando o normal é de 5 metros.
O volume de água no rio é resultado das recentes chuvas registradas em Minas Gerais e a cada dia a área não atingida pela cheia é encoberta pela água barrenta, que também extermina plantações de milho e feijão. A ilha possui 700 metros de largura por 3 mil metros de comprimento.
Mesmo com a trégua nas chuvas em Minas Gerais, com a repentina cheia na Bahia resta pouco mais de 300 metros por 3 mil extensão na ilha. A situação é monitorada diariamente no local, situado na margem direita do Velho Chico.
Esta semana o rio também isolou as comunidades de Canabrava e Serra de João Alves. Segundo o voluntário social e radialista João Miguel Silva, em menos de 48 horas o nível subiu 13 centímetros e as águas não param de chegar às áreas localizadas no perímetro urbano.
“Ele está a menos de 30 metros da primeira rua da cidade e a pouco mais de 40 metros da agência do Banco do Brasil, aqui em malhada”, informou. Os moradores de Carinhanha, na margem oposta, já sentem os efeitos da cheia. Os mais atingidos são os comerciantes do ramo de bares e restaurantes da área do Pontal, ponto turístico da cidade.
“Se o nível do rio continuar subindo nas próximas horas a estrada vicinal que dá acesso ao pontal pode ficar isolada. Para se ter ideia, a água já está próxima ao bar Pega Leve, um dos que ainda funcionam no pontal”, disse.
“Os afluentes que desembocam no rio estão com muita vazão e as escadarias que ficam no cais do porto de Carinhanha estão com alguns degraus embaixo d’água”. O risco é visível também para lavradores e pescadores que moram às margens do rio como nas comunidades de Tomé Nunes, Samba, Ressaca e ilha de Zezé.
Por meio de nota distribuída no Norte de Minas Gerais, a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) recomenda alerta e cautela à população ribeirinha devido ao volume de água que foi liberado esta semana na Usina de Três Marias. Carinhanha e Malhada estão nessa área de risco.
A população ribeirinha foi comunicada dos riscos e algumas famílias estão sendo atendidas ou retiradas por equipes das secretarias de Saúde e Assistência Social da Prefeitura de Malhada. O prefeito Valdemar Lacerda Silva Filho (PMDB), frisou que os grupos de funcionários e voluntários irão distribuir remédios e cestas.
O Movimento Brasil Urgente, com equipes de voluntários da ONG (organização Não-governamental) Fundação Brasil Solidário, formados por jornalistas, médicos, enfermeiros e profissionais liberais também estão se deslocando para as regiões atendidas.
O principal objetivo é encaminhar donativos, como leite, material de higiene pessoal e de limpeza doméstica, colchões, fogões, roupas e roupas de cama e banho para os atingidos pelas enchentes. Em janeiro de 2007 a enchente no rio atingiu 2.267 famílias em Malhada, Carinhanha, Serra do Ramalho e Bom Jesus da Lapa.

Da Redação - Sentosenoticias.com

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