MST AFIRMA QUE POLICIAIS RASGARAM BANDEIRA DO MOVIMENTO E FIZERAM PRESSÃO PSICOLÓGICA DURANTE MANDADO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE
Integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra, acampados no lote 308, numa área do Salitre, em Juazeiro, acusam as Polícias Militar e Federal de truculência e pressão psicológica durante o cumprimento de um mandado de reintegração de posse efetuado ontem, dia 26 de julho. A área pertence à Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e Parnaíba. Em Juazeiro (BA), está localizada a sua 6º Superintendência do órgão federal. O mandato foi expedido pela Juíza Federal Substituta da Vara Única da Subseção Judiciária de Juazeiro Bahia, Adriana Carneiro da Cunha Monteiro Nóbrega.
Os acampados afirmam que um policial militar quebrou o mastro e rasgou a bandeira do MST, posta na entrada da área ocupada, como é tradição no Movimento. Segundo os trabalhadores, que estão no local desde abril deste ano, policiais teriam dito que os acampados não eram “brasileiros” e que “as terras são para brasileiros”. Policiais também teriam derrubados alguns barracos e só pararam com a destruição dos espaços quando os sem terra tomaram a frente do trator usado na ação.
As cerca de 300 famílias que lá estão, já produzindo melão, milho, feijão e hortaliças dizem que irão resistir. “Enquanto nós estivermos plantando e havendo a terra para nós resistir, nós vamos resistir”, disse a senhora Tomazia Ribeiro Filho.
Segundo a coordenação do acampamento, em 2007 o MST fechou um acordo com o governo federal que previa, por meio da Codevasf, a aquisição de 13,400 hectares para assentar 1000 famílias. Cinco anos depois, as lideranças dizem que nada foi feito nesse sentido. A área que o MST ocupou, segundo seus dirigentes locais, é publica e estava até então sem função social.
Depois do ocorrido, o MST vai solicitar uma audiência com o presidente da Codevasf, Elmo Vaz. “Aqui (na 6º Superintendência da Codevasf) não se resolve nada. Isso tem que ser uma decisão da direção da Companhia. Nós vamos solicitar, também, a presidente Dilma, que ela permita que a Codevasf doe essa área ao Incra para que ele possa doar essas terras para as famílias”, informou o coordenador regional do MST no Norte da Bahia, Paulo César.
Ascom CPT Fotos do blog
Leave a Comment